quinta-feira, 30 de setembro de 2010


Balzac e a Costureirinha Chinesa

titulo original: (Balzac et la Petite Tailleuse Chinoise)
lançamento: 2002 (China) (França)
direção: Dai Sijie
atores: Zhou Xun , Chen Kun , Liu Ye , Wang Shuangbao , Chung Zhijun
duração: 116 min
gênero: Drama

Luo (Chen Kun) e Ma (Liu Ye) são dois jovens de 17 anos que, em plenos anos 70, vivem na China comandada por Mao Tsé-Tung. Os dois são encarados como sendo inimigos do povo por seus pais serem médicos e dentistas, considerados burgueses reacionários. Luo e Ma são então presos e encaminhados a um "campo de reeducação", em uma vila isolada no Tibet. Todos os livros de Luo são queimados, mas Ma consegue manter seu violino ao alegar que Mozart compunha para o Presidente Mao. No campo eles apenas encontram alívio nas músicas tocadas por Ma e nas histórias narradas por Luo, até que conhecem uma costureirinha (Zhou Xun) por quem ambos se apaixonam. Ela então lhes revela um precioso tesouro: livros considerados subversivos e de autoria de Flaubert, Tolstói, Victor Hugo e Balzac, que estão de posse de Quatro Olhos (Wang Hongwei), outro jovem que está sendo reeducado e está prestes a retornar à cidade. O trio então decide por roubá-los

segunda-feira, 20 de setembro de 2010


A matemática da vida

Juçara Homrich, supervisora na DE Santos, gentilmente selecionou esse texto de Franco, Divaldo como colaboração para reflexão das relações entre Filosofia e Matemática.

Quando somos estudantes, nem sempre conseguimos atinar com o objetivo de estudar determinadas matérias. É comum se ouvir de garotos e garotas comentários a respeito desta ou daquela matéria, da qual não conseguem vislumbrar necessidade para suas vidas.

Contudo, todo aprendizado pode ser aplicável em nossas vidas. Vejamos, por exemplo, a matemática. Além de nos fornecer facilidade no trato com os cálculos, sem os quais ficaria comprometido o nosso conforto, pois não se poderia construir as maravilhas da engenharia moderna, nem estabelecer relações comerciais com os indivíduos e as nações, verificamos que ela se encontra presente em nossa intimidade.

É graças à matemática que podemos contar as batidas da bomba cardíaca e os movimentos respiratórios para avaliação do estado de saúde ou enfermidade dos indivíduos.

E, na nossa vida moral, podemos utilizar muito das operações aritméticas mais simples.

Assim, podemos subtrair um pouco do conforto de algumas horas e aplica-las em benefício do próximo. Agindo assim, somamos méritos para nós mesmos.

Se subtraímos o orgulho do nosso coração, somaremos humildade à nossa personalidade e a soma final será grandiosa.

Subtraindo erros das nossas vidas, somaremos mais anos de paz à nossa existência.

Subtraindo a maldade da nossa mente, somaremos amor e bondade à nossa fé, conquistando maior saldo de alegrias.

Subtraindo o desespero das nossas tarefas, encontraremos a esperança que, somada à renúncia, nos ofertará dias de muita ventura.

Subtraindo o ódio dos nossos passos e somando dedicação ao serviço do bem, teremos um resultado equilibrado.

Subtraindo a inquietação das nossas noites, receberemos uma soma de repouso benéfico.

Diminuindo a ironia dos nossos lábios, somaremos piedade às nossas palavras, resultando em compreensão ao nosso semelhante.

Subtraindo a inveja dos nossos olhos, somaremos caridade às vidas alheias, habilitando-nos para a claridade da vida maior.

Diminuindo o mal das nossas horas e multiplicando os minutos em ações abençoadas, nosso saldo será de dias povoados de oportunidades de auxílio.

Enfim, subtraindo os maus instintos, que nos infelicitam os dias, colocando em seu lugar a soma dos nossos esforços na ternura, descobriremos um saldo extra de conquistas valiosas na operação final da existência.

E quem não deseja um saldo extra?

***

Quanto mais lutas redentoras, menos dores nos alcançarão na vida.

Quanto mais disposição para a renovação, menos inquietudes em nossas noites.

Quanto mais esforço pessoal, menos desespero em nosso trabalho diário.

Quanto mais amor em nossos dias, menos tortura a nos afligir os corações.

Multiplicar coisas positivas e subtrair as negativas determinará exatamente o padrão das nossas vidas, concedendo-nos harmonia e nos habilitando para o grande vôo rumo ás estrelas, ao infinito e à perfeição.

Friedrich Ludwig Gottlob Frege (1848 —1925) foi um matemático, lógico e filósofo alemão.
Trabalhando na fronteira entre a filosofia e a matemática, Frege foi o principal criador da lógica matemática moderna, sendo considerado, ao lado de Aristóteles, o maior lógico de todos os tempos.
Em 1879 publicou “Begriffsschrift”, onde, pela primeira vez, se apresentava um sistema matemático lógico no sentido moderno. Em parte incompreendido por seus contemporâneos, tanto filósofos como matemáticos, Frege prosseguiu seus estudos e publicou, em 1884, Die Grundlagen der Arithmetik (Os Fundamentos da Aritmética), obra-prima filosófica que, no entanto, sofreu uma demolidora crítica por parte de Georg Cantor, justamente um dos matemáticos cujas idéias se aproximavam mais das suas. Em 1903 publicou o segundo volume de Grundgesetze der Arithmetik (Leis básicas da Aritmética), em que expunha um sistema lógico no qual seu contemporâneo e admirador Bertrand Russell encontrou uma contradição, que ficou conhecida como o paradoxo de Russell. Esse episódio impactou profundamente a vida produtiva de Frege. Segundo Russell, apesar da natureza de suas descobertas marcarem época, sua obra permaneceu na obscuridade até 1903, quando o próprio filósofo e matemático inglês chamou atenção para a relevância dos escritos. O grande contributo de Frege para a lógica matemática foi o criação de um sistema de representação simbólica (Begriffsschrift, conceitografia ou ideografia) para representar formalmente a estrutura dos enunciados lógicos e suas relações, e a contribuição para a implementação do cálculo dos predicados. Esse parte da decomposição funcional da estrutura interna das frases (em parte substituindo a velha dicotomia sujeito-predicado, herdada da tradição lógica Aristotélica, pela oposição matemática função-argumento) e da articulação do conceito de quantificação (implícito na lógica clássica da generalidade), tornado assim possível a sua manipulação em regras de dedução formal. (As expressões "para todo o x", "existe um x", que denotam operações de quantificação sobre variáveis têm na obra de Frege uma de suas origens).
Ao contrário de Aristóteles, e mesmo de Boole, que procuravam identificar as formas válidas de argumento, e as assim chamadas "leis do pensamento", a preocupação básica de Frege era a sistematização do raciocínio matemático, ou dito de outra maneira, encontrar uma caracterização precisa do que é uma “demonstração matemática”. Frege havia notado que os matemáticos da época freqüentemente cometiam erros em suas demonstrações, supondo assim que certos teoremas estavam demonstrados, quando na verdade não estavam. Para corrigir isso, Frege procurou formalizar as regras de demonstração, iniciando com regras elementares, bem simples, sobre cuja aplicação não houvesse dúvidas. O resultado que revolucionou a lógica foi o desenvolvimento do cálculo de predicados (ou lógica de predicados).

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

HUMANO, DEMASIADO HUMANO



O escritor português José Saramago nasceu em 1922, em Azinhaga, aldeia ao sul de Portugal. Autodidata, publicou seu primeiro romance “Terra do Pecado” aos 25 anos; é considerado um dos responsáveis pelo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. Em 1998, ele recebeu o prêmio Nobel de Literatura. Também ganhou o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa. Saramago vivia em auto-exílio na Espanha, como protesto político contra o Estado português; morreu aos 87 anos, em 18 de junho de 2010.
“Acho que na sociedade atual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objetivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objetivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem idéias, não vamos a parte nenhuma”. A frase é a síntese do legado de Saramago que dedicou boa parte dos últimos anos de sua vida para denunciar o empobrecimento do mundo, da palavra e da experiência humana.
Saramago levanta questões que se justificam pelas suas reflexões ajustadas à filosofia contemporânea que clama por um novo pensar no mundo absurdo, onde o efêmero e o instante incontrolável parecem estilhaçar o tempo em que os objetos se produzem e se multiplicam em série, destruindo o espaço e ameaçando o homem. As preocupações desse trabalho inserem-se no campo da filosofia, em particular nas reflexões de Nietzsche que envolvem a questão da moral; da moral ocidental: platônica, socrática e castradora.
Seus personagens se insurgem contra a opressão e desordem da vida face à ordem da sociedade. Saramago nos mostra o mundo onde os homens, com seus direitos e vontades, aparecem recolhidos, diminuídos, plasmados, condicionados a uma invisibilidade pública; a uma burocracia total, onde a identidade se dilui – Todos os nomes são todos os homens. É preciso desmoralizar essa moral burocrática e falsa em favor da vida e de uma nova ética. É este o niilismo saramaguiano que deverá constituir-se de uma passagem, pois enquanto homem comprometido com seu tempo, Saramago acredita numa humanidade nova; num novo homem com uma nova vontade de poder generosa e criativa, capaz de inventar a diferença e a identidade humana
Como Nietzsche, Saramago nos fala da necessidade urgente de uma transformação do coração humano. Essa transformação fundamental e necessária recriará uma nova ética devolvendo ao homem a consciência. No entanto, essa transformação só será possível a partir de uma reflexão humana, isto é, de um diálogo freqüente do homem com ele mesmo na sua mais profunda solidão. Solidão como o recolhimento na tarefa da auto-reflexão necessária à transformação.
A escrita de Saramago é intertextual e dialógica; utiliza – se apenas da vírgula e do ponto final, não distinguindo discursos diretos e indiretos. O autor foi o verdadeiro arquétipo do “contador de histórias”, aquele que parece morar em um vilarejo distante, onde exercita com freqüência a metalinguagem e a recuperação da oralidade na narrativa. Com isso aproxima-se do leitor num conto com contornos de realidade com seus textos provocativos, induzindo à reflexão.
É necessária uma viagem dessa ordem para que o homem possa reinventar-se.
SE da Educação
Diretoria Regional de Santos
Maria Lúcia dos Santos Machado

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bosh - séc. XV


Participação Política: bem mais que um voto

A “participação política” é uma expressão que pode ser associada a diferentes práticas, que reúnem pessoas em torno de objetivos comuns para a vida comunitária, quer seja essa comunidade um bairro, quer seja uma aldeia, uma cidade, um Estado ou um país.
Em nossa sociedade, a participação política pode ser identificada nas seguintes práticas: eleição de representantes para legislar ou executar propostas de interesse geral; exercício do papel de representante; participação em movimentos sociais e partidos políticos; participação em entidades como sindicatos, grêmios e diretórios acadêmicos.
Para grande maioria da população brasileira, a participação política resume-se ao momento da escolha de candidatos como representantes nos Poderes Legislativo e Executivo. O voto torna-se, assim, a principal atividade associada à participação política.
Os desafios políticos e sociais próprios da sociedade contemporânea exigem que a participação política se amplie para além do voto, caracterizando-se pelo acompanhamento das ações dos representantes legisladores – vereadores, deputados e senadores – e dos executores de leis e políticas públicas – prefeitos, governadores e o presidente da República – e também pela participação em movimentos sociais, de acordo com interesses de nossa comunidade. Tais desafios são as novas relações de trabalho, com o fim de muitas conquistas trabalhistas e a exclusão de grande número de pessoas em termos do acesso a bens como saúde, educação e moradis. Além do desafio de controle da corrupção em todos os níveis, mas, sobretudo, no que se refere a desvios de recursos públicos.
A participação política adequada ao enfrentamento de todos esses problemas não se limita ao voto, não se limita a eleger um candidato e deixar que ele faça o que bem entender. É uma participação política que possa superar i individualismo e possa superar práticas que garantem vantagens materiais e poder para alguns em detrimento da maioria.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. Situação de aprendizagem 4. Filosofia – caderno do aluno – 1ª- série/vol. 4 , pg. 28 – CENP/SEESP