sexta-feira, 23 de julho de 2010



Heléia Cherubin
Educar o educador

Após 37 anos de magistério em Escolas particulares e estaduais, trabalhando em sala de aula, na direção de escola e na supervisão sou uma pessoa que ainda acredita que a educação formal é a única saída possível para toda a humanidade.
Nesta trajetória de vida profissional verifiquei que dentro dos muros escolares todos somos educadores, alguns conscientes outros nem tanto, ainda mais quando a educação formal está diretamente ligada à educação informal, aquela da rua, de casa, da igreja, do clube e de tantos outros lugares.
Ser educador é diferente de ser professor, este entra em sala de aula reproduz seus conhecimentos e sai, aquele nem precisa entrar na sala de aula, sua presença no corredor ou no pátio produz de imediato mudança de atitude. Qual seu segredo?
Não é segredo, o educador vê em seus alunos grandes possibilidades, acredita em suas habilidades, crê no desenvolvimento de suas competências. Ele não precisa ser necessariamente, um habilitado nas disciplinas curriculares, Ele precisa ser “ouvinte” modelo.
O Educador, dentro e fora do âmbito escolar, tem compromisso com a Educação, esta é a diferença entre o professor e o Educador.
É premente o professor, de qualquer área do conhecimento, se reeducar e se reconstruir, como uma lagarta se transforma em borboleta multicolorida. É possível buscar ouvir mais, olhar mais, sonhar mais. É possível aprender a aprender. É possível aprender a ensinar. É possível o professor desenvolver ainda mais suas habilidades e competências no seu cotidiano, basta acreditar na Educação como caminho para o crescimento.

Incluir
Na década de 80, quando se falava em inclusão pensávamos em inclusão social, queríamos que todas as crianças tivessem acesso à educação formal, pouca importância era dada à educação informal. Nossos alunos das classes desfavorecidas precisavam ser incluídos no sistema educacional.
Na década de 90, quando se falava em inclusão pensávamos nos alunos das classes menos favorecidas, considerando a suas experiências anteriores. Eles precisavam ser incluídos no mundo do trabalho.
No século XXI, com 99% das crianças e jovens freqüentando as Escolas, é preciso incluir aqueles que necessitam de atenção especial. Enquanto cidadão também acredito da urgência desta inclusão, entretanto enquanto educador da rede pública estadual não acredito que seja possível por diversas razões:
1. Nossos educadores não foram preparados para trabalhar com grandes diferenças;
2. Nossas salas de aula, em geral com mais de 40 alunos, não possibilitam a atenção que estes alunos necessitam;
3. Nossas escolas não dispõem recursos humanos de apoio ao professor;
4. Nossas escolas não possuem recursos físicos para atender às necessidades especiais destes aluno;
5. Nossas escolas não tem material didático-pedagógico para atender estes alunos especiais.
As iniciativas de parceria de Instituições especializadas com a SEE São Paulo, embora tardia, parece acender uma luz no final do túnel, mas quando e como chegará à grande rede das escolas estaduais?

Somos muitos Educadores
Educar é diferente de ensinar.
Quem ensina precisa ter clareza de como ele e o outro aprendem, ter certeza que o conhecimento se constrói e acreditar que é possível transformar-se para ser EDUCADOR.
O EDUCADOR não se preocupa apenas com o conteúdo de sua disciplina, ele se preocupa com a ferramenta que possibilita a aprendizagem, isto é a Língua Portuguesa, mesmo não sendo um especialista ele é leitor/escritor, portanto apesar de desconhecer todas as regras gramaticais ele é capaz de construir de forma lógica um texto (oral/escrito).
Eu não sei como um professor de história consegue desenvolver seu trabalho seu utilizar conhecimentos de geografia, sociologia, filosofia, literatura, artes e, sobretudo, de português. Nossa aprendizagem foi compartimentada, entretanto nosso “pensamento” realiza diversas conexões, articulações com nossas experiências de vida.
A Língua Portuguesa é instrumento de trabalho de todos os Educadores, sendo assim é necessário que todos se preocupem com sua aprendizagem lançando mão de todas as ferramentas para que este objetivo comum possa ser atingido.
Não é tarefa fácil, mas isto não é novidade para os Educadores da rede pública estadual, que apesar das dificuldades burocráticas, materiais e salariais, constroem diariamente lindas histórias com seus alunos, desenvolvem trabalhos de alta qualidade em suas escolas em colaboração com seus pares e seus gestores.

Heléia é professora de História e supervisora na DE de Santos

segunda-feira, 19 de julho de 2010


>José Cerchi Fusari: >“Planejar evita o excesso de improviso pedagógico”.
Com mais de 40 anos de experiência em educação, José Cerchi Fusari* defende a retomada do planejamento educacional como uma atividade realizada durante todo o ano letivo e não somente no início. Professor doutor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Fusari trabalhou sistematicamente na formação de pedagogos, professores e pesquisadores. É doutor em educação pela USP, mestre em filosofia da educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), formado em pedagogia pela PUC–SP e egresso das antigas escolas normais de formação de professores. Além da longa experiência em ensino fundamental, médio e superior, no momento coordena na FEUSP o Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Educadores (GPEFE).
JP - O que se entende por planejamento de ensino? Qual o seu conceito?
JCF - A maioria das escolas brasileiras organiza no começo do ano uma semana de planejamento. Isso tem um lado positivo e negativo. Como não há uma cultura de planejamento, isso acaba limitando-o àquilo que acontece somente no início do ano letivo. Planejar não pode ser caracterizado como uma atividade datada e situada, deve ser um processo mais amplo, caso contrário, cairemos no “repentismo pedagógico” em que as escolas vivem de improvisos.
Sendo assim, o planejamento pode ser definido como um processo permanente, crítico e reflexivo vivenciado pelos educadores, em especial, nos 200 dias letivos e para além deles. É muito mais amplo do que a elaboração de planos e projetos. O planejamento é uma atitude, um valor que damos ao pensar, ao refletir. Ao fazer isso, valorizamos os educadores enquanto protagonistas do processo de educação escolar.
Atualmente, o planejamento escolar está estigmatizado como uma tarefa supérflua, desnecessária e burocrática. Entretanto, é importante recuperar a identidade do planejamento na escola como uma vivência, uma atitude. O planejamento transformado em cultura vai propiciar bons projetos, planos de aula e planos de ensino.
JP - É importante a participação da comunidade e dos conselhos escolares na hora de formular o plano de ensino? Como eles podem contribuir?
JCF - Toda escola se organiza a partir de um currículo formal, o qual serve de base para a construção de um Projeto Político Pedagógico (PPP). A construção deste projeto deve ser feita coletivamente, de maneira participava, costurada com a comunidade na qual a escola está inserida. Por isso, podemos dizer que o projeto é uma obra aberta. O PPP está sempre sendo reinventado porque a relação da escola com a comunidade é dinâmica.
A comunidade pode contribuir de várias formas. Sabemos que existem escolas muito fechadas em relação a comunidade, mas tem escolas que conseguem ter um diálogo mais aberto. Para isso, há formas instituídas como os conselhos escolares, que funcionando democraticamente, estabelecem um canal de comunicação rico e saudável para a escola. A escola tem que ir além do que é a expectativa da comunidade. O PPP tem uma função tripolar: está voltado para a educação dos alunos, mas também para a educação dos professores e da comunidade. Assim a comunidade se torna co-responsável pela escola e seu projeto pedagógico.
JP - O que deve ser levado em consideração na hora de montar um plano escolar, curricular e de aula?
JCF - O fundamental não é decidir se o plano será redigido no formulário x ou y, mas assumir que a ação pedagógica necessita de um mínimo de preparo, mesmo tendo o livro didático como um dos instrumentos comunicacionais no trabalho escolar em sala de aula. É importante desencadear um processo de repensar todo o ensino, buscando um significado transformador para os elementos curriculares básicos:
Princípios educacionais – Estão presentes na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Entretanto, é interessante que a escola se reúna e reescreva os princípios levando em consideração as situações locais. Os princípios são o ponto de partida do processo de elaboração de um plano escolar e é interessante que acompanhe todo o processo de planejamento escolar.
Objetivos – Estes são os pontos de chegada, onde se pretende chegar com as atividades da escola, de cada disciplina e das aulas.
Conteúdo – É necessário também prever o conteúdo como um recorte do conhecimento que fará parte de cada disciplina. Conhecimento este produzido históricamente pela humanidade.
Métodos de ensino – Concomitante a definição dos objetivos que constituem o ponto de partida para qualquer método de ensino, cumpre ao professor e supervisor o planejamento de técnicas, instrumentos, procedimentos, situações e experiências de ensino que visam engajar o aluno em situações capazes de produzir aprendizagens crítico-reflexivas.
Avaliação – A avaliação é o processo pelo qual a escola e os professores procuram determinar a qualidade e quantidade de mudanças efetuadas na aprendizagem dos educandos, sempre tendo como referência os princípios, objetivos, conhecimentos, metas e sistemas de avaliação. As situações de avaliação são mais facilmente escolhidas e planejadas quando os objetivos são bem definidos.
JP - Qual plano deve ser prioritário: escolar, curricular ou de aula?
JCF - Os três tipos de plano se complementam, se interpenetram e compõem o corpo do plano de currículo da escola. Entretanto, na prática das unidades escolares, devido à quase total falta de condições de trabalho docente, a elaboração dos planos escolar, de curso e de ensino tem-se revelado complexa, fragmentada, longe mesmo, em alguns casos, daquela organicidade desejada para o processo de ensino e aprendizagem.
Na atual conjuntura problemática em que se encontram a escola, vamos estimular os professores a prepararem as suas aulas, garantindo, deste modo, um trabalho mais interessante e produtivo no processo ensino e aprendizagem, no qual o professor seja um bom mediador entre os alunos (com suas características e necessidades) e os conteúdos do ensino.
Renata Chamarelli - portaldoprofessor.mec.gov.br
* O prof. Fusari faz parte da equipe "O cinema vai a escola" CENP.
Notas para um Emílio contemporâneo

"As crianças aprendem em meio a categorias isolantes: a história, a geografia, a química, a física, sem aprender, ao mesmo tempo, que a história se situa sempre em espaços geográficos e que cada paisagem geográfica é o fruto de uma história terrestre; sem aprender que a química e a microfísica tem o mesmo objeto, mas em escalas diferentes. Nós ensinamos as crianças a conhecer os objetos isolando-os, ao passo que é preciso também reintegrá-los a seu ambiente para conhecê-los e que um ser vivo pode ser conhecido somente em sua relação com seu meio, de onde extrai energia e organização. Esquecem-se os vínculos entre todos os fenômenos e isso se torna desastroso no âmbito das ciências humanas; a economia é considerada como distinta da psicologia, da história, da sociologia, enquanto a psicologia e o desejo humano impregnam todos os fenômenos econômicos: e a economia, por sua vez, influencia a psicologia por meio da publicidade"
Edgar Morin

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Alice e Cheshire


"- Eu só queria saber que caminho tomar.
- Isso depende do lugar aonde quer ir.
- Realmente não importa.
- Então não importa que caminho tomar."
Lewis Caroll (séc. XIX)

terça-feira, 13 de julho de 2010



CENP:
Gestão do Currículo na Escola – 2010


O Ensino Médio e a Violência


Filosofia

1ª- série
Ênfase em diversidade, pensamento e conhecimento
- A Filosofia e outras formas de conhecimento: mito, senso comum, ideologia, religião, arte, ciência
Competências/Habilidades
- Desenvolver noções sobre os limites da racionalidade e, ao mesmo tempo, abrir espaço para o diálogo baseado nas questões de alteridade
- Construir aproximação conceitual a respeito da idéia de alteridade
- Compreender a importância da capacidade humana para a simbolização
- Relacionar práticas de cidadania e respeito às diferenças
- Desenvolver reflexão sobre a condição estética e existencial dos seres humanos
- Compreender o conceito de etnocentrismo no contexto da reflexão sobre relações entre diferentes culturas
- Refletir a respeito da relação entre cultura e natureza

Ênfase em cidadania e desigualdades sociais
- Democracia e cidadania: origens, conceitos e dilemas
- Ideologia
Espera-se que os alunos desenvolvam as competências/Habilidades:
- Reconhecer a condição de pobreza material como questão social importante
- Problematizar a questão da pobreza no âmbito da reflexão sobre justiça social
- Refletir sobre os Direitos Humanos e sua implementação efetiva pelas sociedades contemporâneas
- Compreender o conceito de democracia e sua relação com igualdade efetiva entre os seres humanos
- Desenvolver participação política na relação com autoridades locais
- Relacionar informações, representadas de diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em diferentes situações para construir argumentação consistente

2ª- série
Ênfase em ética, autonomia e liberdade
- Introdução “a ética
- Autonomia e liberdade
Espera-se que os alunos desenvolvam as Competências/Habilidades:
- Reconhecer-se como sujeito capaz de refletir e expressar reflexão sobre o mundo em que vive
- Desenvolver capacidade de fundamentar afirmações sobre a realidade, superando representações imediatistas do senso comum
- Desenvolver capacidade crítica sobre a realidade social e planejar ações de intervenção solidária
- Compreender conceito de liberdade com base nas teorias filosóficas
- Relacionar liberdade à solidariedade
- Relacionar capacidade de construção de normas éticas e capacidade de reflexão
Ênfase em juventude, mídia e cultura
- Formas contemporâneas de alienação moral: individualismo e condutas massificadas
Espera-se que os alunos desenvolvam as Competências/Habilidades:
- Desenvolver reflexão sobre ética na perspectiva do indivíduo que se percebe como parte da natureza e da sociedade
- Desenvolver consciência de pertencimento e de responsabilidade por si mesmo e pelas demais pessoas e seres da natureza
- Identificar diferentes concepções de indivíduo
- Identificar processos sociais merecedores de crítica
- Expressar, por escrito e oralmente, reflexão que inclua compreensão aprofundada sobre os conceitos de indústria cultural e alienação moral

Ênfase em preconceitos e moral
- Relações entre moral e política
- Limites entre o público e o privado
Espera-se que os alunos desenvolvam as Competências/Habilidades:
- Identificar e criticar práticas de humilhação social
- Construir argumentação crítica às práticas sociais de discriminação e preconceitos
- Analisar a condição dos seres humanos a partir de reflexão filosófica sobre diferenças e igualdades entre homens e mulheres
- Compreender de forma aprofundada o conceito de racismo para identificar práticas que merecem ser questionadas
- Expressar, por escrito e oralmente, a relevância da educação para a superação de preconceitos e desigualdades sociais

3ª- série
Ênfase em liberdade e responsabilidade
Espera-se que os alunos desenvolvam as Competências/Habilidades:
- Refletir sobre o tema liberdade no contexto da contribuição filosófica
- Distinguir diferentes concepções sobre a idéia de liberdade
- Relacionar liberdade à política por meio da mediação do conceito de democracia
- Problematizar o conceito de liberdade, destacando questões associadas a diferentes entendimentos sobre o ser livre
- Relacionar liberdade à solidariedade na perspectiva de uma sociedade democrática

terça-feira, 6 de julho de 2010

O Currículo escolar e os cadernos de Filosofia

- Na Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Filosofia, 2008 (p.8), a escola é vista como “espaço da cultura e de articulação de competências e conteúdos disciplinares”

- A prioridade, na sociedade do conhecimento é a competência de leitura e de escrita.

- O “Projeto Pedagógico organiza o trabalho nas condições singulares de cada escola” e ele deve ser, de fato, um recurso para assegurar a aprendizagem dos alunos.

- A aprendizagem é o resultado da “coordenação de ações entre as disciplinas” e do “estímulo à vida cultural da escola e do fortalecimento de suas relações com a comunidade”.

- Os cadernos apresentam “situações de aprendizagem” para orientar o trabalho do professor, com “sugestões de métodos e estratégias de trabalho nas aulas, experimentações, projetos coletivos, atividades extraclasse e estudos interdisciplinares”.

- A educação oferecida aos jovens deve ser “à altura dos desafios contemporâneos”, de uso intensivo do conhecimento, “seja para trabalhar, conviver ou exercer a cidadania, seja para cuidar do ambiente em que vive”.

- Vivemos o produto da “revolução tecnológica que se acelerou na segunda metade do século passado e dos processos políticos que redesenharam as relações mundiais, (que) já está gerando um novo tipo de desigualdade, ou exclusão, ligada ao uso das tecnologias".

- A escola, com a democratização do acesso, tornou-a um “lugar privilegiado para o desenvolvimento do pensamento autônomo, que é condição para uma cidadania responsável”. O jovem deve “aprender a ser livre e ao mesmo tempo respeitar as diferenças”.

- “O desenvolvimento pessoal é um processo de aprimoramento das capacidades de agir, pensar, atuar sobre o mundo e lidar com a influência do mundo sobre cada um, bem como atribuir significados e ser percebido e significado pelos outros, apreender a diversidade e ser compreendido por ela, situar-se e pertencer”. Construir a identidade, a autonomia e a liberdade articulando saberes que transitam entre o local e o mundial.

- A escola deve ser, por princípio, “a escola que aprende, o currículo como espaço de cultura, as competências como eixo de aprendizagem, a prioridade da competência de leitura e de escrita, a articulação das competências para aprender e a contextualização no mundo do trabalho” (p.11)

- “Currículo é a expressão de tudo o que existe na cultura científica, artística e humana, transposto para uma situação de aprendizagem e ensino. Precisamos entender que as atividades extraclasse não são ‘extracurriculares’ quando se deseja articular a cultura e o conhecimento. Neste sentido todas as atividades da escola são curriculares, ou não serão justificáveis no contexto escolar. Se não rompermos essa dissociação entre cultura e conhecimento não conseguiremos conectar o currículo à vida – e seguiremos alojando na escola uma miríade de atividades ‘culturais’ que mais dispersam e confundem do que promovem aprendizagens curriculares relevantes para os alunos.” (p.13)

- “O conhecimento tomado como instrumento, mobilizado em competências, reforça o sentido cultural da aprendizagem”.

- “Quando o projeto pedagógico da escola tem entre suas prioridades essa cidadania cultural, o currículo é a referência para ampliar, localizar e contextualizar os conhecimentos que a humanidade acumulou ao longo do tempo”.

- Houve um tempo em que o currículo escolar foi confundido com um rol de conteúdos disciplinares. A LDB 9394/96 deslocou o foco do ensino para o da aprendizagem.
-“A transição da cultura do ensino para a da aprendizagem não é individual. A escola deve fazê-la coletivamente”.

- As competências adotadas são as mesmas cinco do ENEM: dominar a norma culta.../construir e aplicar conceitos.../selecionar, organizar, relacionar, interpretar.../relacionar informações.../ elaborar propostas...

- Destacar a dimensão prática do conhecimento.

- À área de Ciências Humanas e suas tecnologias e a disciplina Filosofia: superar a mera transmissão de conteúdos.

- Ampliar o significado e os objetivos sociais da Educação promovendo reflexões que permitam compreender melhor as relações histórico-sociais e, ao mesmo tempo, inserir o educando no universo subjetivo das representações simbólicas.

- Promover o debate interdisciplinar/multidisciplinar.

- Considerar as manifestações do pensamento inseridas em sua historicidade.
Temática:
· Por que estudar Filosofia?
· Áreas da Filosofia
· A Filosofia e outras formas de conhecimento: mito, senso comum, ideologia, religião, arte, ciência
· Introdução à Política
· Teorias do Estado – socialismo, anarquismo, liberalismo, totalitarismo
· Democracia e cidadania: origens, conceitos e dilemas
· Ideologia
· Introdução à Ética
· Autonomia e liberdade
· Formas contemporâneas de alienação moral: individualismo e condutas massificadas
· Relações entre moral e política
· Limites entre o público e o privado
· Desafios éticos contemporâneos: a ciência e a condição humana
· Introdução à Bioética

segunda-feira, 5 de julho de 2010


A Filosofia não é ciência: é uma reflexão crítica sobre os procedimentos e conceitos científicos. Não é religião: é uma reflexão crítica sobre as origens e formas das crenças religiosas. Não é arte: é uma interpretação crítica dos conteúdos, das formas, das significações das obras de arte e do trabalho artístico. Não é sociologia nem psicologia, mas a interpretação e avaliação crítica dos conceitos e métodos da sociologia e da psicologia. Não é política, mas interpretação, compreensão e reflexão sobre a origem, a natureza e as formas do poder. Não é história, mas interpretação do sentido dos acontecimentos enquanto inseridos no tempo e compreensão do que seja o próprio tempo. Conhecimento do conhecimento e da ação humanos, conhecimento da transformação temporal dos princípios do saber e do agir, conhecimento da mudança das formas do real ou dos seres, a Filosofia sabe que está na História e que possui uma história.”
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Àtica.