segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011




Mundo árabe: em ebulição por democracia (18 Fev, 05h56 yahoo)
As revoltas populares contra os regimes autoritários se espalharam pelo mundo árabe nesta sexta-feira, dia de orações, sendo duramente reprimidas e deixando vários mortos no Iêmen, na Líbia e em Barein. As revoltas foram inspiradas nas que derrubaram Zine El Abidine Ben Ali, na Tunísia, e Hosni Mubarak, no Egito, e fazem nascer no mundo árabe a esperança de que a pressão popular possa levar à democratização.
O presidente americano Barack Obama "condenou o uso da violência (...) contra manifestações pacíficas" na Líbia, bem como em Bahrein e no Iêmen, dois regimes aliados dos Estados Unidos, e disse estar "profundamente preocupado".
A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, denunciou, por sua vez, reações "ilegais e excessivas" contra "reivindicações legítimas".
Na Líbia, onde o coronel Muammar Kadhafi reina há 42 anos, os comitês revolucionários, pilares do regime, ameaçaram manifestantes com uma resposta "fulminante". Segundo um levantamento feito pela AFP com fontes locais, a repressão já fez mais de 50 mortos no país desde terça-feira.
Movimentos de protesto, que começaram através do Facebook, foram violentamente reprimidos quinta-feira em Benghazi, segunda maior cidade do país e bastião da oposição, onde milhares de pessoas participaram nesta sexta-feira dos funerais das vítimas, e em Al Bayda, onde 14 pessoas já morreram desde quarta-feira. As duas cidades se situam no litoral, a leste de Trípoli. (...)
Em Bahrein, reino do Golfo, a monarquia sunita mobilizou o exército na capital Manama, onde manifestantes pedem a liberalização do sistema político, do qual a maioria xiita se sente excluída.
À noite, militares abriram fogo contra manifestantes em Manama. Pelo menos 26 pessoas feridas foram hospitalizadas, uma delas "em estado de morte clínica" segundo um deputado da oposição.
O príncipe herdeiro Salman ben Hamad Al-Khalifa prometeu, por sua vez, um diálogo com a oposição, desde que a calma retornasse.
Bahrein é considerado de importância estratégica para Washington, por ser o quartel-general de sua V Frota, encarregada de vigiar as rotas marítimas de petróleo no Golfo, apoiar as operações no Afeganistão e contra-atacar eventual ameaça iraniana.
No total, segundo fontes oficiais, cinco pessoas foram mortas e pelo menos 200 feridas desde o começo, na segunda-feira, do movimento de contestação. A oposição fala em seis mortos.
No Iêmen, segundo fontes médicas, quatro manifestantes foram mortos na noite de sexta-feira em Aden, principal cidade do sul, durante a dispersão pela polícia de manifestações contra o presidente Ali Abdullah Saleh, no poder há 32 anos. (...)
Estado pobre, com mais de 23 milhões de habitantes, o Iêmen é considerado pelos Estados Unidos um parceiro estratégico na luta contra grupos terroristas inspirados pela Al-Qaeda.
Na Jordânia, oito pessoas ficaram feridas em Amã, quando partidários do governo entraram em confronto com centenas de jovens que pediam reformas políticas, de acordo com testemunhas. (...)
Ao mesmo tempo, no Cairo, depois de 18 dias de pressão popular, centenas de milhares de pessoas foram às ruas festejar o fim do antigo regime.
E na Argélia, a oposição mantém-se determinada a ir para as ruas neste sábado, apesar das promessas do poder de levantamento do estado de emergência e de medidas para responder às expectativas dos argelinos.

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